Passados 4 anos do lançamento do primeiro trabalho homónimo, os Mopho regressam agora com um longa duração estranho e, ao mesmo tempo, rico em toda a sua essência.
Quatro anos carregam o peso da maturidade e da desconstrução de estigmas e círculos transversais de eternos retornos.
Estranho em mim trata, sobretudo, de um aprofundar da melancolia bonita que sempre envolveu o rock destes cinco rapazes.
Um álbum de sonhos, egos, quedas, ascensões, paralelismos e confrontos onde nos perdemos em planícies irregulares e chamativas.
Em 11 faixas intensas na melancolia e bonitas na construção, o ouvinte será capaz de surgir do fundo de si e borbulhar em emoções distintas e compactas confrontando-se com o Eu que esconde e enfrentando-o com todas as suas forças, reconhecendo a importância da liberdade em toda a sua plenitude. Um caminho lírico real e directo que completa um puzzle de sensações que passa por todas as cores da paleta de tons primários, misturando-os, completando-os, assim como a nós próprios e à sociedade contra a qual remamos.
O single de apresentação, “Melancolia”, foi sabiamente escolhido para se tornar um vício. Os reflexos que apresenta de uma luz ténue e brilhante trazem à canção uma brisa suave e palpável que nos faz estremecer de intensidade. A verdade é que a intensidade, a emoção e a melancolia estão presentes no percurso deste álbum, conseguindo, sempre, apresentar uma verdadeira beleza que só os Mopho conseguem toldar.
Um álbum que representa o rock português em toda a sua magnitude. Fica o alerta de um possível rasgo de arrepios frios aquecidos por um aconchego melódico extremamente belo aquando da sua audição.
Os Mopho vêm de Faro e são constituídos pelo Pedro Bandeira, Ricardo Rosa, André Gomes, Rúben Azevedo e Paulo Duarte.